OS 5 ERROS MAIS COMUNS NA IMPLEMENTAÇÃO DE METODOLOGIAS ATIVAS NO ENSINO REMOTO EMERGENCIAL

Por Cláudio Correia de Oliveira Neto

Historiador - UFRN

Mestre em História - UFRN

Especialista em EJA - IFRN

scriptum.cursos@gmail.com




Na tentativa de fazer a melhor aula possível muitos de nós recorrem as metodologias ativas, que vem demonstrando muita eficácia na aprendizagem dos estudantes. Na hora de fazer a migração do presencial para o remoto emergencial acabamos por cometer alguns erros na implementação. Para ficarmos atentos/atentas e evitarmos cometer estes erros fiz esta lista com os erros mais comuns na implementação de metodologias ativas no ensino remoto emergencial. Vamos lá?!

1.      NÃO É PORQUE TEM INTERATIVIDADE QUE A AULA REMOTA EMERGENCIAL É ATIVA



Muitas professoras e professores incluem jogos, pesquisas, dinâmicas e outras interatividades em suas aulas remotas e acreditam que por isso a aula está aplicando metodologia ativa. A interatividade não garante ativação, pois interação, interatividade e participação são coisas distintas. Interação é a troca de informações, sentimentos e etc entre pessoas. Interatividade é quando a interação ocorre por meio de tecnologias. Participação é a partilha de poder e responsabilidade.

Se o/a estudante tem o poder de escolher ou opinar sobre o que, por que, quando, onde, por quanto tempo, como e se vai ou não aprender/ realizar a atividade proposta pela/pelo professora/professor então ele/ela estão de fato participando e não apenas interagindo reativamente a proposta da/do professora/professor.

E esta participação tem que assegurar que a/o estudante possa colaborar com uma produção autoral e personalizada, ou seja, que ela/ele possa inserir no processo de aprendizagem um texto, foto, música, meme e etc feito por ela/ele ou que o represente.

2.     O TEMPO DE AULA REMOTA EMERGENCIAL NÃO É O MESMO DA AULA PRESENCIAL



Nestes tempos de pandemia os/as estudantes não possuem tempo e local reservados para o estudo. As aulas remotas emergenciais estão sempre em segundo plano, como uma música de fundo para as cenas cotidianas Nossas/Nossos estudantes vão assistir as aulas remotas emergenciais ou no deslocamento de um local para outro, enquanto fazem uma atividade mecânica como lavar louça ou limpar a casa, no intervalo das refeições ou quando dê tempo. . Portanto é impossível que uma aula remota emergencial tenha o mesmo tempo de duração de uma aula presencial. As nossas aulas remotas emergenciais devem ter de 3 minutos até 20 minutos, o ideal é que sejam 7 minutos.

3.     AS ETAPAS/MOMENTOS DA AULA REMOTA EMENGENCIAL NÃO É SÃO OS MESMOS DA AULA PRESENCIAL



Na aula presencial quanto mais etapas/momentos/processos mais dinâmica e ativa é aula, mas no ensino remoto emergencial não é assim. Pelos mesmos motivos expostos no item anterior devemos reduzir o número de etapas, momentos ou procedimentos de nossas aulas remotas emergenciais. A/O estudante deve ser capaz de realizar ou participar da aula executando poucos passos ou procedimentos, no máximo 5 procedimentos, o ideal é que a ação da aula possa ser realizada com 3 passos simples, claros e objetivos.

4.    OS OBJETIVOS DA AULA SÃO PARA ESTUDANTES, NÃO PARA VOCÊ



Outra falha comum são os objetivos, este erro ocorre tanto no presencial quanto no remoto. Há sempre dois tipos de objetivos: os de ensino (professor/professora) e os de aprendizagem (estudantes). Em geral professoras/professores confundem os objetivos e em seus planos de aula colocam os seus objetivos (conscientizar, desenvolver, refletir e etc) como sendo os objetivos da aula e, portanto, dos/das alunos/alunas. Os objetivos ensino devem ficar na parte de procedimentos metodológicos da aula, que é o que cabe ao professor/professora que vai descrever seus objetivos de ensino e suas ações durante a aula. Os objetivos de aprendizagem que cabem aos estudantes é que ficam no item Objetivos do plano de aula. Os objetivos de aprendizagem se subdividem em Geral e Específicos. Os objetivos de aprendizagem SEMPRE DEVEM SER AÇÕES PRÁTICAS A SEREM REALIZADAS PELAS/PELOS ESTUDANTES (ler, escrever, contar, cortar e etc). O objetivo geral responde a questão: qual a ação ou produto que o/a estudante deve realizar até o final da minha aula? Os objetivos específicos respondem a questão: quais ações os/as estudantes devem realizar para alcançar o objetivo geral da aula? Os objetivos específicos não devem passar de 3, pois correm o risco de atrapalhar professoras/professores e estudantes no processo de ensino-aprendizagem, por leva-los a se perderem em muitos objetivos.

5.   NÃO INCLUIR NO PLANEJAMENTO A DIVULGAÇÃO DO RESULTADO PARA A COMUNIDADE ESCOLAR E PÚBLICO EXTERNO



Como já se é sabido de todos e todas as escolas e seus profissionais vem sendo atacados duramente sendo acusados de não ensinarem e não trabalharem. Diante disto um caminho interessante para se combater estas calúnias é PUBLICARMOS OS RESULTADOS DOS NOSSOS TRABALHOS E DE NOSSOS ESTUDANTES NAS REDES SOCIAIS. Mostrar a sociedade o que produzimos. É bom para nós e para nossos estudantes, que poderão mostrar a familiares e amigos o que aprendem. Então inclua sempre em seu planejamento a divulgação dos resultados finais nas redes sociais


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