A AULA EXPOSITIVA DIALOGADA: ENTRE MITOS E POSSIBILIDADES
Por Cláudio Correia de Oliveira Neto
Historiador Licenciado- UFRN
Mestre em História - UFRN
Especialista em Educação de Jovens e Adultos - IFRN
Técnico de Nível Médio Integrado em Controle Ambiental- IFRN
scriptum.cursos@gmail.com
Por muitos e muitos anos ela foi o modelo hegemônico e padrão de uma aula. Nas últimas décadas recaiu sobre ela toda uma representação de atraso, retrocesso, conservadorismo e tradicionalismo. Vista como parte de uma educação bancária que colabora para a manutenção de ordem opressora. Há muitos mitos acerca da aula expositiva.
Mas mesmo com todo o peso da marginalização é ainda usada majoritariamente no ambiente escolar. Este uso recorrente ocorre por vários fatores: a praticidade de montar uma aula desse modelo, o fato de ser o modelo mais conhecido, a facilidade de replicar, ser o caminho mais rápido para a transmissão de informação, um certo narcisismo/egocentrismo, a cobrança dos estabelecimentos de ensino para que se cumpra o cronograma de conteúdo. Independente do motivo é visível e notório o predomínio dela e a dificuldade de superá-la (dificuldades não só pedagógica, mas também estrutural). Na tentativa de agradar gregos e troianos muitos a positivaram, adjetivando de “dialogada”.
As vezes o discurso e a prática não estão alinhadas, o profissional intitula sua aula de expositiva dialogada porém na prática continua sendo uma aula focada na exposição oral dele única e exclusivamente. Outros até tentam ao longo da apresentação chamar o aluno para o diálogo, sem contudo alcançar êxito. A exibição dialogada exige uma série de procedimentos preparatórios.
Para que a exposição caminhe para o diálogo existe um processo gradual a ser seguido. Só há diálogo se ambos os sujeitos (emissor e receptor) tiverem igual conhecimento sobre o tema a ser trabalhado, uma pessoa não tem possibilidade de conversar sobre algo que não conhece. Logo o primeiro momento da aula deve gira sobre aquilo que o aluno de fato conhece. O convite a conversa não é suficiente para levar o aluno a participar, é preciso induzir o aluno a falar por meio de estratégias. Elas podem vir em forma de questionamentos, a apresentação de uma situação real/ fictícia inusitada, provocações orais, visuais ou táteis, assuntos polêmicos ou de interesse do aluno. É importante entender que o aluno raramente tem atitude proativa de participar da aula, portanto até que ele a desenvolva temos que apelar para a reatividade dele.
A medida em que o aluno começa a conversar o professor deve ir incluído novas informações, enriquecendo a conversa e avançando na exposição do conteúdo. É justamente isso que é uma aula expositiva dialogada de fato. Ela não é algo que ocorre espontaneamente é necessário planejamento e conhecimento sobre a turma com quem irá trabalhar para traçar a melhor estratégia de provocação. É um erro crer que o convite a participação levará voluntariamente o aluno a falar, é necessário um ponto comum e motivo para o diálogo.
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COMO REFERENCIAR ESTE TEXTO:
OLIVEIRA NETO, Cláudio Correia de. A aula expositiva dialogada: entre mitos e possibilidades. Natal, 29 maio 2016.
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