INICIAÇÃO CIENTIFICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA: POR ONDE COMEÇAR?
Por Cláudio Correia de Oliveira Neto
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É comum que entre as atividades avaliativas bimestrais na Educação Básica esteja a pesquisa escolar. É mais comum ainda que os nossos alunos tragam verdadeiros absurdos para nos entregar (textos inteiros copiados na maior cara dura da internet, textos nada a ver com o assunto que foi solicitado entre outros). Muitos professores na tentativa de driblar o problema solicitam que as pesquisas sejam entregue manuscritas, o que em nada diminui o plágio ou garanta uma real leitura do conteúdo da pesquisa. Qualquer professor fica logo irritado e encara a situação como uma afronta do aluno, bate logo aquela vontade de sair dando zero a torto e a direito e raramente há um trabalho que se salve. Depois nós nos acalmamos e damos aquele sermão da montanha sobre plágio intelectual. Quem nunca né?
A raiz do problema está na ausência de uma Iniciação Científica na Educação Básica. O aluno deve ser capaz de coletar, selecionar, analisar e interpretar dados. Os professores muitas vezes naturalizam o trabalho cientifico como se todos os mortais soubessem como realizar uma pesquisa. NÃO, ELES NÃO SABEM! E É SUA OBRIGAÇÃO ENSINÁ-LOS. O ciclo de alfabetização e parte do fundamental I não é propício para está iniciação, os estudantes ainda não tem maturidade suficiente para compreender o processo. Cabe a nós do Ensino Fundamental II e Ensino Médio iniciar nossos pupilos nas artes da ciência em seu nível mais elementar: a Pesquisa Escolar.
COMO FAZER A INICIAÇÃO CIENTIFICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA?
Esquematize o passo-a-passo de uma pesquisa e explique ao aluno cada um desses passos. É importante que a atividade de pesquisa seja inicialmente realizada em sala de aula com acompanhamento do professor. Além do esquema visual deve também está por escrito (em linguagem clara, direta, objetiva e no imperativo) para que o aluno possa recorrer sempre que tiver dúvida.
Você pode tanto deixar que a fonte de coleta de dados seja de escolha do aluno quanto poderá indicar (recomendo que você mesmo indique os sítios eletrônicos que eles devem ir e explique o motivo pelo qual aqueles foram os escolhidos).
Já em sala de aula com todos os dados coletados vocês devem elaborar em conjunto ou o professor indicar os critérios de seleção dos dados (o caminho adotado dependerá do professor e da turma – se for uma turma participativa a elaboração em conjunto será uma ótima opção). Para análise dos dados selecionados o professor deve elaborar um roteiro que auxilio o aluno a analisar (perguntas curtas e diretas como: onde foi produzido? Quando foi produzido? Por quem? E assim por diante). A interpretação dos dados segue lógica parecida com a fase anterior você pode deixar mais livre (caso seu objetivo seja levantar varias interpretações) ou direcionar a interpretação para uma conclusão comum com perguntas mais atreladas. É fundamental que o professor vá mostrando o todo tempo a relação entre as fases.
A produção final da pesquisa seja ela qual for (portfólio com cada parte da atividade, relatório da atividade, relato oral/escrito, questionário etc ) seja bem explicada passo a passo como, por exemplo, se for um relatório você deve fornecer ao aluno um roteiro dizendo como fazer o relatório do tipo de fonte até como fazer as referências.
Obvio que este processo tomará muitas aulas, contudo uma vez internalizada a Iniciação Cientifica contribuíra para a autonomia intelectual do aluno e a sua metacognição (capacidade de aprender a aprender). Mais adiante o professor poderá passar as pesquisa como maneira de complementar ou passar um conteúdo secundário para o alunado, usando o tempo em sala de aula para os conteúdos que ele considerar prioritários. Outra vantagem é que durante a Iniciação o aluno e o professor tem a oportunidade de questionar as mídias onde os dados são disponibilizados, exercitar a leitura aprofundada, a escrita cientifica básica, o pensamento crítico entre outros.
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